--- Walter Medeiros* - walterm.nat@terra.com.br
O Senador Eduardo Suplicy (PT-SP) quer que o Conselho Federal de Medicina (CFM) apresente maiores esclarecimentos sobre a posição adotada quanto ao uso da auto-hemoterapia. Um pedido de informações anterior havia sido enviado àquele órgão, que respondeu ao parlamentar através do Parecer de 2007, que deu margem à proibição do uso da técnica através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Porém defensores da AHT mostraram que a resposta do CFM estava ultrapassada.
No Ofício n.º 00860/2010, de 16 de junho de 2010, o Senador Suplicy encaminha mensagens que lhe foram enviadas por cidadãos que defendem a prática, com novos argumentos, para os quais pede sua “especial atenção”. Acrescenta o ofício que “Diante do considerável número de pessoas interessadas em pesquisas sobre a técnica em questão, e dos argumentos anexos, feitos a partir da resposta desse Conselho sobre a auto-hemoterapia, submeto o assunto novamente a sua análise, visando à resposta das dúvidas restantes”.
RESPOSTA CADUCA
Os argumentos aos quais o Senador se refere deixam claro que, conforme havíamos adiantado, a resposta oferecida pelo CFM à consulta feita por ele é caduca e ultrapassada, não representando a melhor preocupação com os interesses públicos e omitindo fatos relevantes a respeito do assunto. A resposta do CFM ao Senador ignorou que foi vastamente mostrado como o referido Parecer era parcial e incompleto; que o médico Alex Botsaris mostrou não ser totalmente verdadeiro o que estava ali colocado e, segundo o Dr. Francisco das Chagas Rodrigues, trata-se de uma agressão à arte de curar.
Comprovando que o parecer foi descuidado e precipitado, foi mostrado ao parlamentar que logo em seguida ao Parecer, o CFM foi obrigado a reconhecer que a auto-hemoterapia funciona na especialidade de anestesiologia e emitiu nota oficial para atender reclamação dos profissionais da citada especialidade, ou seja, o CFM voltou atrás para permitir auto-hemoterapia com o Tampão Sanguíneo Peridural.
PESQUISAS CIENTÍFICAS
Quanto à proibição que a ANVISA publicou em Nota Técnica, foi mostrado que o referido documento contém discrepâncias do começo ao fim, e descrevendo cada uma delas. Foi sugerido, ao contrário da proibição, que seja feita consulta pública e estimulada a realização de pesquisas que consolidem todas as práticas vitoriosas da auto-hemoterapia ao longo dos seus 100 anos de benefícios e curas. Foi feita também uma abordagem sobre as atitudes da ANVISA, que está passando os pés pelas mãos e proibindo o que não pode proibir, lança mão de poderes que não tem e a Justiça já está corrigindo arbitrariedades, como no caso do bronzeador artificial.
Por tudo isso, foi solicitado ao Senador Eduardo Suplicy que mais uma vez não se ativesse tão somente a uma informação que, apesar de vir de órgão que deveria tratar dos assuntos da sua alçada com os rigores que a sociedade espera, está afastado da realidade. Para chegarmos a esta conclusão, basta observar o fato de o CFM ter admitido que deixou de considerar inúmeros trabalhos científicos pelo simples fato de se encontrarem em outros idiomas. Com o novo pedido de informações, o senador paulista dá uma importante contribuição para trazer à tona os verdadeiros esclarecimentos sobre a eficácia da auto-hemoterapia.
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*Jornalista
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