Uma
psicóloga “ex-esquizofrênica” fala da sua experiência: “Uma reação sã às
circunstâncias insanas”
A história da psicóloga Eleanor Longden, filmada em
fevereiro deste ano no TED Long Beach (California, EUA),
intitulada “As Vozes Na Minha Cabeça“, é uma experiência rica de uma estudante e
hoje psicóloga ao enfrentar o aparecimento de vozes em sua cabeça,
posteriormente o diagnóstico de esquizofrenia e, finalmente, um processo de
cura tortuoso mas esclarecedor. Em 14 minutos, Eleanor explica porque as vozes
apareceram, como estavam conectadas intimamente a aspectos ignorados de si
mesma, narra os detalhes reveladores do agravamento, da busca pela cura que
envolveu médicos, psiquiatras, a resistência insalubre à doença e o mergulho no
tratamento terapêutico das vozes. “A audição de vozes foi uma estratégia
de sobrevivência, uma
reação sã a circunstâncias insanas, não como um sintoma
aberrante de esquizofrenia a ser perpetuado, mas uma complexa, importante e
significativa experiência a ser explorada”, diz Eleanor. “Ouvi as minhas vozes,
com quem finalmente aprendi a viver em paz e respeito e que, em troca, refletem
um sentimento crescente de compaixão,
aceitação e respeito perante mim“.
A história dela tem detalhes aparentemente
comuns, mas que são fundamentais para todo o processo e vou chamar a atenção
aqui para um em especial: a evitação
(que está presente em vários pontos estruturais). A evitação
como tentativa de bloquear certas experiências ou a evitação de algo
(teoricamente ruim) a ser experimentado. Primeiro, a evitação dela por ela mesma,
pois segundo seu auto-diagnóstico, as vozes surgiram porque ela não aceitava ou
não expressava alguns sentimentos — o que pode até certo ponto ser uma maneira
compreensível de lidar com memórias delicadas da infância, ainda não
propriamente endereçadas. Segundo, a evitação
da amiga de Eleanor, que ficou “aterrorizada“, sendo definida por Eleanor como seu
primeiro grande erro (“contar à amiga”). Depois, a evitação dos seus primeiros
médicos e psiquiatras, que rapidamente diagnosticaram a “doença” e a trataram como uma inimiga, sem
qualquer tenativa de compreender o fenômeno psíquico como algo funcional
sistêmico que estava acontecendo. A própria Eleanor, instruída a prontamente
“combater” a doença, só piorou seu quadro.
Três trechos da palestra QUE
DEMONSTRAM O PROCESSO, DA EVITAÇÃO ATÉ A ABERTURA E COMPREENSÃO.
TRECHO 1, SOBRE A FUNÇÃO DAS VOZES:
“Por
exemplo, se eu estava zangada e tinha de o esconder, o que acontecia
frequentemente, sendo eu bastante adepta de esconder o que realmente sentia,
então a voz soava frustrada. Fora isto, não era nem sinistra nem incomodava,
apesar de ser claro naquele ponto que tinha algo a comunicar-me acerca das
minhas emoções, particularmente as emoções que eram remotas e inacessíveis”. ~ Eleanor Longden,
no TED
TRECHO 2, SOBRE A RESISTÊNCIA E O
AGRAVAMENTO DO QUADRO:
“Mas tendo sido encorajada a ver a voz
não como uma experiência mas como um sintoma, o meu medo e resistência perante
ela intensificaram. Agora, essencialmente, isto representava levar a cabo uma
postura agressiva perante a minha mente, um tipo de guerra civil mental, e, por
sua vez, isto provocou um aumento do número de vozes que se tornaram cada vez
mais hostis e ameaçadoras.” ~ Eleanor Longden, no TED
TRECHO 3, A VIRADA ATRAVÉS DA COMPREENSÃO E
DA INTEGRAÇÃO:
“Em
todo este processo, o que eu acabaria por perceber é que cada voz estava
intimamente ligada a aspetos da minha vida, e cada uma delas carregava emoções
arrebatadas que eu nunca tive oportunidade de processar ou resolver, memórias
de traumas sexuais e abusos, de fúria, vergonha, culpa, baixa autoestima. As
vozes tomaram o lugar desta dor e puseram-na em palavras, e possivelmente uma
das grandes revelações foi quando percebi que as vozes mais hostis e agressivas
de facto representavam as partes de mim que foram magoadas mais profundamente,
e como tal eram essas as vozes que precisavam de receber a maior compreensão e
cuidado.” ~ Eleanor Longden,
no TED
Fonte: dharmalog
Transcrição
do vídeo:
Eleanor Longden: As vozes na minha cabeça
O dia em que saí de casa pela primeira vez
para ir para a universidade foi um dia brilhante cheio de esperança e otimismo.
Tinha-me saído bem na escola. As expectativas para mim eram grandes e entrei
animada na vida de estudante de palestras, festas e roubos de cones sinalizadores.
Mas as aparências, claro, podem ser
enganadoras e na verdade esta espevitada, energética pessoa que frequentava
palestras e roubava cones de trânsito era uma fachada muito bem executada e
convincente. Interiormente estava de facto profundamente infeliz, insegura e
fundamentalmente com medo medo das outras pessoas, do futuro, do falhanço e do
vazio que sentia estar dentro de mim. Mas eu era competente a escondê-lo e do
exterior parecia ser alguém que tudo pode esperar e a tudo pode aspirar. Esta fantasia
de invulnerabilidade era tão completa que até me enganava a mim própria e, ao
acabar o primeiro semestre e com o segundo a começar não havia forma que alguém
pudesse prever o que estava prestes a acontecer.
Estava a sair de um seminário quando começou,
a murmurar para mim própria, a remexer na minha mala como tinha feito centenas
de vezes antes quando de repente ouço uma voz a observar calmamente “Ela está a
sair da sala”.
Olhei à volta e não estava ninguém, mas a
clareza e incisividade do comentário não levantavam margem para erro. Trémula,
deixei os meus livros na escada e segui rapidamente para casa, e lá estava ela
novamente. “Ela está a abrir a porta”
Isto foi o princípio. A voz tinha chegado.
E a voz continuou, por dias e semanas, continuava, narrando tudo o que eu
fazia, na terceira pessoa.
“Ela está a ir para a biblioteca.”
“Ela vai a uma palestra.” Era neutra,
apática e até, depois de um tempo, estranhamente familiar e reconfortante,
embora tenha notado que a sua calma exterior às vezes escapava e, por vezes,
espelhava as minhas próprias emoções escondidas. Por exemplo, se eu estava
zangada e tinha de o esconder, o que acontecia frequentemente, sendo eu
bastante adepta de esconder o que realmente sentia, então a voz soava
frustrada. Fora isto, não era nem sinistra nem incomodava, apesar de ser claro
naquele ponto que tinha algo a comunicar-me acerca das minhas emoções,
particularmente as emoções que eram remotas e inacessíveis.
Foi nessa altura que cometi um erro grave,
contei a uma amiga acerca da voz, e ela ficou horrorizada. Tinha iniciado um
subtil processo de condicionamento a sugestão de que pessoas normais não ouvem
vozes e o facto que isso significava que alguma coisa estava seriamente errada.
Esse medo e desconfiança foram contagiantes. Subitamente a voz já não parecia
tão benigna e quando a minha amiga insistiu que procurasse ajuda médica eu
acedi, o que viria a ser o erro número dois.
Passei algum tempo a explicar ao médico da
universidade acerca do que eu percecionava ser o real problema: ansiedade,
baixa autoestima, medos acerca do futuro, e encontrei apenas uma aborrecida
indiferença até que referi a voz, momento no qual ele deixou cair a caneta,
virou-se e começou a questionar-me, demonstrando um real interesse. Para ser
justa, eu estava desesperada por interesse e ajuda, e comecei a contar-lhe
acerca do meu estranho comentador. E sempre desejei que, neste momento, a voz
tivesse dito “Ela está a escavar a sua própria sepultura.”
Fui referenciada para um psiquiatra, que
igualmente demonstrou uma distante abordagem à presença da voz, interpretando
assim tudo o que eu dizia sob uma lente de insanidade latente. Por exemplo, eu
pertencia a um canal de televisão de estudantes que divulgava notícias pela
universidade, e durante uma consulta que estava muito atrasada, eu disse:
“Desculpe doutor, mas tenho de ir." "Vou ler as notícias às 6h.”
Passou a constar no meu registo médico que a Eleanor tem alucinações de que é
uma "pivot" das notícias.
Foi neste ponto que os acontecimentos
começaram rapidamente a ultrapassar-me. Seguiu-se uma admissão hospitalar, a
primeira de muitas, um diagnóstico de esquizofrenia veio a seguir, e depois,
pior que tudo, um sentimento tóxico, atormentado de desesperança, humilhação e
desespero acerca de mim própria e dos meus projetos.
Mas tendo sido encorajada a ver a voz não
como uma experiência mas como um sintoma, o meu medo e resistência perante ela
intensificaram. Agora, essencialmente, isto representava levar a cabo uma
postura agressiva perante a minha mente, um tipo de guerra civil mental, e, por
sua vez, isto provocou um aumento do número de vozes que se tornaram cada vez
mais hostis e ameaçadoras. Sem ajuda e sem esperança, comecei a retirar-me para
um mundo interior de pesadelo no qual as vozes estavam destinadas a tornarem-se
simultaneamente os meus perseguidores e as minhas únicas companhias.
Disseram-me, por exemplo, que se quisesse ser digna da sua ajuda, poderiam
mudar a minha vida para o que era dantes, e uma crescente série de missões
bizarras começaram, um tipo de trabalho de Hércules. Começaram de forma
moderada, por exemplo, arranca três madeixas de cabelo, mas gradualmente
passaram a ser mais extremas, culminando em ordens para me aleijar a mim
própria, e uma instrução particularmente dramática:
“Estás a ver aquele instrutor ali?
"Vês aquele copo de água? "Bem, tens de ir lá e deitar a água em cima
dele em frente dos outros estudantes.”
O que realmente fiz, e escusado será dizer
que não aumentou a minha popularidade na faculdade.
Com efeito, um ciclo vicioso de medo,
ansiedade, desconfiança e incompreensão estava estabelecido, e esta era uma
batalha na qual eu me sentia impotente e incapaz de estabelecer qualquer tipo
de paz ou reconciliação.
Dois anos mais tarde, e a deterioração era
dramática. Por essa altura, eu tinha toda a panóplia do repertório: vozes
aterradoras, visões grotescas, alucinações bizarras e ingovernáveis. O meu
estado de saúde mental tinha sido um catalisador para a discriminação, abusos
verbais, assédios físicos e sexuais, e foi-me dito pelo meu psiquiatra:
“Eleanor, estavas melhor com cancro, "porque o cancro é mais fácil de
curar do que a esquizofrenia.” Fui diagnosticada, drogada e posta de lado, e
foi por essa altura, tão atormentada pelas vozes que tentei abrir um buraco na
minha cabeça para as retirar para fora.
Olhando para trás para os destroços e desespero
daqueles anos, parece-me agora como se alguém tivesse morrido naquele lugar, e,
no entanto, uma outra pessoa foi salva. Uma pessoa destroçada e assombrada
começou essa viagem, mas a pessoa que emergiu foi uma sobrevivente e acabou por
se tornar a pessoa que eu estava destinada a ser.
Muitas pessoas me magoaram na minha vida, e
lembro-me de todas elas, mas as memórias tornam-se pálidas e desvanecem em
comparação com as pessoas que me ajudaram. Os companheiros sobreviventes, os
companheiros que ouvem vozes, os camaradas e colaboradores; a mãe que nunca
desistiu de mim, que sabia que um dia eu voltaria para ela e estava disposta a
esperar por mim todo o tempo que levasse; o médico que apenas trabalhou comigo
por um breve período mas que manteve a sua crença de que a recuperação não só
era possível como inevitável, e durante um período devastador de retrocesso
disse à minha aterrorizada família: “Não percam a esperança. "Eu acredito
que a Eleanor consegue ultrapassar isto. "Às
vezes, sabem, neva mesmo até maio, "mas o verão acaba sempre por chegar.”
Catorze minutos não é tempo suficiente para
dar total reconhecimento àquelas boas e generosas pessoas que lutaram comigo e
por mim e que esperaram para me acolher de volta daquele sítio agonizante e
solitário. Mas juntas, criaram uma mistura de coragem, criatividade,
integridade e uma crença firme de que a minha despedaçada pessoa poderia voltar
curada e inteira. Costumava dizer que essas pessoas me salvaram, mas o que eu
sei agora é que fizeram algo ainda mais importante, deram-me força para me
salvar a mim própria, e fundamentalmente, ajudaram-me a perceber algo que
sempre tinha suspeitado: que as minhas vozes eram uma importante resposta a
eventos traumáticos, particularmente da infância e assim não eram minhas
inimigas mas uma fonte de clareza para a resolução de problemas emocionais.
Ao início isto era muito difícil de
acreditar, até porque as vozes aparentavam ser tão hostis e ameaçadoras, e
então um primeiro passo vital foi aprender a separar um significado metafórico
do que dantes interpretava como verdade literal. Por exemplo, vozes que
ameaçavam atacar a minha casa aprendi a interpretá-las como o meu próprio
sentimento de medo e insegurança no mundo, e não como um perigo real e
objetivo.
Inicialmente, teria acreditado nelas.
Lembro-me, por exemplo, de estar sentada numa noite de guarda à porta do quarto
dos meus pais, para os proteger daquilo que eu considerava ser uma ameaça
genuína por parte das vozes. Porque tinha um grave problema com a automutilação
a maioria das facas da casa tinham sido escondidas então acabei por me armar com
um garfo de plástico, do tipo dos de piquenique, a sentei-me à porta do quarto
com o garfo em riste e à espera de entrar em ação se algo acontecesse. Qualquer
coisa como: “Não se metam comigo. "Tenho um garfo de plástico, repararam?”
Estratégia.
Mas uma resposta mais tardia, e muito mais
útil, seria tentar desconstruir a mensagem por detrás das palavras, de forma a
que, quando as vozes me avisassem para não sair de casa, então
agradecer-lhes-ia por chamarem a minha atenção para o quão insegura me sentia –
porque estando consciente disso, então poderia fazer algo positivo
relativamente a isso – e prosseguiria assegurando quer às vozes, quer a mim
própria que estamos em segurança e que já não precisamos de nos sentir
assustadas. Definiria limites para as vozes, e tentaria interagir com elas de
uma forma assertiva mas respeitadora, estabelecendo um lento processo de
comunicação e colaboração no qual poderíamos aprender a trabalhar juntas e
ajudar-nos.
Em todo este processo, o que eu acabaria
por perceber é que cada voz estava intimamente ligada a aspetos da minha vida,
e cada uma delas carregava emoções arrebatadas que eu nunca tive oportunidade
de processar ou resolver, memórias de traumas sexuais e abusos, de fúria,
vergonha, culpa, baixa autoestima. As vozes tomaram o lugar desta dor e
puseram-na em palavras, e possivelmente uma das grandes revelações foi quando
percebi que as vozes mais hostis e agressivas de facto representavam as partes
de mim que foram magoadas mais profundamente, e como tal eram essas as vozes
que precisavam de receber a maior compreensão e cuidado.
Foi munida deste conhecimento que acabei
por reunir o meu estilhaçado ‘eu’, cada fragmento representado por uma voz
diferente, retirar gradualmente toda a medicação, e voltar à psiquiatria, mas
desta vez do outro lado. Dez anos depois da primeira voz aparecer, finalmente
terminei o curso, agora com a nota mais alta em psicologia que a universidade
alguma vez tinha dado e, um ano mais tarde, a mais alta nota em mestrado o que,
reconheçamos, não é mau para uma louca. Na realidade, uma das vozes ditou as
respostas durante o exame, o que tecnicamente pode ser contado como copiar.
E para ser honesta, por vezes também gostei
da atenção. Como Oscar Wilde disse, a única coisa pior do que falarem de nós, é
não falarem. Também nos torna muito bons a ouvir as conversas alheias, porque
conseguimos ouvir duas conversas simultaneamente. Assim sendo, nem tudo é mau.
Trabalhei em serviços de saúde mental,
discursei em conferências, publiquei capítulos de livros e artigos académicos,
e defendi, e continuo a fazê-lo, a importância do seguinte conceito: que uma
questão importante em psiquiatria não deve ser o que está mal contigo mas antes
o que é que te aconteceu. E entretanto, ouvi as minhas vozes, com quem
finalmente aprendi a viver em paz e respeito e que, em troca, refletem um
sentimento crescente de compaixão, aceitação e respeito perante mim. E
lembro-me do mais tocante e extraordinário momento em que ajudei uma jovem
mulher que estava aterrorizada pelas suas vozes, em que me tornei completamente
consciente, pela primeira vez, que eu própria já não me sentia daquela forma
mas estava finalmente apta a ajudar outra pessoa que se sentia.
Sinto-me agora orgulhosa de pertencer à
Intervoice, a organização do Movimento Internacional Hearing Voices, uma
iniciativa inspirada pelo trabalho do Professor Marius Romme e da Dra. Sandra
Escher, que posiciona a audição de vozes como uma estratégia de sobrevivência,
uma reação sã a circunstâncias loucas, não como um sintoma aberrante de
esquizofrenia a ser perpetuado, mas uma complexa, importante e significativa
experiência a ser explorada. Juntos, imaginamos e criamos uma sociedade que
entende e respeita a audição de vozes, apoia as necessidades dos indivíduos que
ouvem vozes e que os valoriza como cidadãos completos. Este tipo de sociedade
não só é possível, como já está a caminho. Parafraseando Chavez, uma vez
iniciada uma mudança social, esta não pode ser revertida. Não se pode humilhar
uma pessoa que se sente orgulhosa. Não se pode oprimir pessoas que já não têm
medo.
Para mim, os objetivos atingidos pelo
Movimento Hearing Voices são uma recordação de que empatia, companheirismo,
justiça e respeito, são mais do que palavras; são convicções e crenças, e que
crenças podem mudar o mundo. Nos últimos 20 anos, o Movimento Hearing Voices
tem estabelecido redes em 26 países por cinco continentes, trabalhando em
conjunto para promover a dignidade, solidariedade e o poder para pessoas em
distúrbio mental, de forma a criar uma nova linguagem e prática de esperança,
na qual, na sua própria origem, permanece uma crença inabalável no poder do
indivíduo.
Como disse Peter Lavine, o ser humano é um
ser único habilitado com uma capacidade instintiva para curar e com o espírito intelectual
para manter esta capacidade inata. A este respeito, para membros da sociedade,
não há maior honra ou privilégio do que facilitar o processo de cura de alguém,
testemunhar, de estender uma mão, de partilhar o fardo do sofrimento de alguém,
e de manter a esperança da sua recuperação. E como tal, para sobreviventes de
distúrbios e adversidades, lembramo-nos de que não temos de viver as nossas
vidas para sempre definidas pelas adversidades que nos aconteceram. Somo
únicos, Somos insubstituíveis. Aquilo que nós somos não pode nunca ser ocupado,
alterado ou levado. A luz nunca desaparece.
Como um maravilhoso médico me disse uma
vez: “Não me digas o que outras pessoas
te disseram sobre ti própria. "Conta-me sobre ti.”
Obrigada.
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