sexta-feira, 8 de julho de 2011

Memórias que re-começam no útero materno....


“Talvez não possas modificar o que te acontece, mas seguramente podes mudar o que isso que acontece te provoca e te significa. Recorda: Há uma Inteligência incrivelmente vasta dentro de ti, a mesma que opera em todo o universo.”

A ressonância original do bebê, que chamamos corpo de luz, é tão maleável como a argila antes de cozer. O bebê adapta-se a todas as impressões e estímulos exteriores; por exemplo, às experiências de vida com aquela pessoa ou grupo familiar que lhe toque em sorte. 
Tudo começa no útero materno. Não existe relação mais íntima que a que temos com nossa mãe antes de nascer. Durante esses nove meses sentimos-nos cômodos e protegidos, desde que nossa mãe nos queira. Não poderíamos conceber um lugar mais prazeroso, um lugar mais nosso, e essa sensação de bem-estar é maravilhosa. Nosso corpo é criado nesse estado natural de conforto. Enquanto dura nossa gestação, permanecemos num estado de abertura e absorção total e o que nos é dado chega de maneira incondicional, sem esforço.
Neste estado beatífico lhe adicionam as impressões particulares da cada gravidez. O bebê sente e experimenta como seu tudo o que a mãe está sentindo. Não poderia ser de outra maneira, já que se acha dentro do campo energético da mãe. Pois bem, esse período resulta o treinamento primordial e essencial que semeia os padrões emocionais e comportamentos vários que essa pessoa em gestação vai desenvolver ao crescer. Qualquer mudança de estado interno ou externo que afete à mãe vai resultar, de uma maneira ou outra, em uma aprendizagem.

“Nossas emoções determinam o desenvolvimento fetal. Os pais são os “engenheiros genéticos”. Eles transmitem ao feto emoções humanas de medo, raiva, amor e esperança, por exemplo. A personalidade do homem determina-se desde o ventre materno.”
Bruce Lipton, Ph.D.

O fato de que o útero de uma mãe seja um ambiente cálido, emocionalmente enriquecido, podem influir decisivamente em todos os sentimentos, anseios, emoções, sonhos, esperanças e pensamentos do filho, através de toda a vida. 
Durante séculos, muitas mães verificaram através de sua própria experiência e intuição que o bebê por nascer, sente dor e tem emoções, e isto foi demonstrado por investigações recentes. No útero se aloja um indivíduo sumamente sensível – primeiro o feto e posteriormente o bebê –, que pode ouvir e sentir muito daquilo que ouve e sente a mãe. 
O doutor Thomas Verny, autor de The Secret Life of the Unborn Child (‘A vida secreta da criança por nascer’), é um médico psiquiatra pioneiro no campo da psicologia pré-natal. Seu livro é um resumo de investigações muito valiosas, que demonstram que o bebê tem uma relação muito profunda com seus pais e com seu mundo exterior, ainda enquanto está no útero. 
Além disso, os psicólogos pré-natais consideram que o “centro de gravidade” da personalidade humana se forma no útero. Observou-se que, assim como o bebê recebe o que a mãe inala, come ou bebe, também lhe são transmitidos os pensamentos e as emoções da mãe. Também se observou que os hormônios do stress, como por exemplo a adrenalina, viajam através da corrente sanguínea da mãe, criando no bebê o mesmo estado emocional que ela experimenta. Os padrões de ansiedade crônica, de preocupação ou de ambivalência a respeito de ter ou não ter o bebê, podem predispor a criança os repetir em sua vida futura.
A partir do nascimento, o bebê é muito sensível às influências exteriores e responde muito bem à gentileza, à maciez e ao contato amoroso, enquanto, em mudança, reage mal às luzes lampejantes, aos ruídos e ao meio metálico associado com os nascimentos em institutos médicos. A habilidade da mãe para permanecer calma e comunicar-se com o bebê durante a gravidez, somada à criação de um meio apropriado para um nascimento relaxado e amoroso, vai contribuir imensamente à saúde física e emocional da criança pelo resto de sua vida.

Nossa programação precoce

Viemos ao mundo desenhados para absorver indiscriminadamente os traços e padrões – tanto mentais como emocionais – dos que nos rodeiam. É tão profundo e abarcador o amor que sentimos por eles que queremos nos fundir com eles e os ter conosco o tempo todo. 
Enquanto dura nossa etapa como bebês, não filtramos nada do que recebemos. Por que teríamos que fazê-lo, especialmente se nos sentimos inundados de amor e isso nos resultou agradável pelo espaço de nove meses…? Mas, enquanto a necessidade de experimentar essa conexão de amor, bem-estar e intimidade são constantes (e inclusive persiste quando somos adultos), sentimos a vida fora do útero como uma perpétua experiência de separação, tão oposta à vida intra-uterina que podemos perceber esta separação como algo intensamente incômodo ou doloroso. 
No bebê, tudo aquilo que não é sentido como agradável gera sentimentos e sensações incômodas, que por sua vez produzem reações como rejeição e pranto. 
Assim, através da experiência de separação vivida diariamente, o bebê “aprende” que ser permeável e aberto, ser vulnerável, é doloroso, e que é melhor “se fechar” para se proteger. Para proteger-se, tem que pretender que não sente o que sente ou ainda que sente o que não sente. Isto é, tem que “atuar” e deixar de ser autêntico. 
Então, aquele bebê que espontaneamente tomava o que queria ou recusava o que não gostava se converte em uma criança que começa a dizer sim quando quer dizer não. Sem se dar conta, começa a se construir uma máscara que se faz mais espessa e grossa com o correr dos anos. O expansivo e confiado corpo de luz se retrai e contrai-se, e com cada uma dessas contrações emerge um campo energético de ressonâncias muito diferentes: são as ressonâncias do incômodo e doloroso corpo da dor.
Lamentavelmente, nem sequer o ambiente familiar mais amoroso e comprenssivo vai poder evitar que este processo de contração ocorra. Aonde quer que vá, o bebê se encontra com a inevitável experiência da separação. Vai-se-lhe dar um nome que representará uma identidade e será tratado como alguém que está separado de todo o demais. 
Se a fusão incondicional da máxima intimidade do útero nos dava confiança, amor e paz interior, a separação nos dará o oposto: desconfiança, intranquilidade, dor e medo. Quanto mais intensas tenham sido as experiências de dor vividas pelo bebê, mais profundo será a dor que experimenta a criança, no início, e depois o adulto. E essa dor gerará feridas emocionais que não terão oportunidade de se curar, porque esse bebê –ou essa criança pequena– continuará experimentando a separação num mundo onde todos os que o rodeiam padecem da mesma situação e ninguém sabe como se curar. Conseqüentemente, quanto mais experimenta a separação, mais fecha-se e mais se machuca. 
Por regra geral, nós os seres humanos buscamos “nos sentir bem”, isto é, felizes, amorosos, criativos, livres, em paz. Queremos relações íntimas deliciosas, onde crescer juntos e dar e receber de forma incondicional. Na realidade, sem nos dar conta, estamos tratando de reviver nossas primitivas experiências intrauterinas de amor e prazer incondicionais, a que tínhamos direito pelo mero fato de termos sido criados. 
E, apesar de que esse é nosso direito e de que assim fomos criados, temos um medo muito profundo em ser incondicionalmente vulneráveis, porque quando fomos inocentes e confiados sofremos muito. Por isso a máscara, apesar de que é incômoda e não nos deixa ser quem somos na realidade, se transforma num meio útil para nos proteger de nossas primeiras experiências dolorosas.

Mas ocorre que o não ser autênticos nos gera um profundo sentimento de auto traição que é muito angustiante e que causa a dor física, emocional e espiritual que sentimos. Essa dor experimenta-se como uma contração energética em nosso campo eletromagnético, que forma o corpo da dor. É neste ponto onde se abre a encruzilhada que foi e será o grande desafio que deveremos enfrentar e resolver tarde ou cedo: como viver sem contração e recuperar o corpo de luz.

O ser humano é como uma casa de hóspedes.
A cada manhã chega alguém novo.
Este é uma alegria, este outro é a tristeza.
Ali vem a mesquinhez
e aqui uma faísca de consciência.
O pensamento escuro, a vergonha, a malícia.
Podes encontrá-los à porta, sorrindo-te; convide-os a entrar.
Agradeça a quem vem,
porque cada um foi enviado
como um guardião do além.
Rumi
__________

MEMÓRIA CELULAR - CUIDE BEM DE VOCÊ

3 comentários:

  1. A minha terceira gestação, no começo foi um pouco problemática, mas certo dia ainda no início de tudo, tomei consciência daquele momento e foi uma explosão de amor. Hj ela com quase 3 aninhos, minha amiga, doce e serena,como fui com ela durante toda a gestação. Os fatores exteriores que poderiam gerar algum mal, eu mesma bloquiei. Adoro tudo que vem a iluminar nos, partindo do nascimento, da presença em nova vida. Sou grata!!!

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  2. Grata por partilhar Alê! Abraços e Paz do EU para toda a família!

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  3. Eu estou lançando o meu quatro livro. Seu título, Memórias do Ventre Materno, um texto instigante, sério, provocante e repleto de emoções. Lá eu falo, primeiramente como embrião, depois como feto, até nascer. Uma vitória já que minha mãe tentou me abortar três vezes, sem sucesso. Ela não me queria. Esses esclarecimentos encontrados aqui, corroboram minhas afirmativas, testemunho do que vi, senti e vivi.

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