O
Dr. Bernard Lown - professor emérito de cardiologia da Escola de Saúde Pública
de Harvard e médico do Hospital Brigham para Mulheres, em Boston - recebeu em
1985, o prêmio Nobel da Paz em nome da Associação Internacional de Médicos para
a Prevenção da Guerra Nuclear, entidade da qual é co-fundador. Em seu livro “A
Arte Perdida de Curar”, o Dr Lown faz um relato extremamente corajoso e
sincero: “Grandes mestres moldaram
minhas ideias sobre a tarefa do médico, destacando-se principalmente o Dr.
Samuel Levine... embora ele fosse fadado a ser meu mentor e paradigma
profissional, permiti que minha arrogância juveni l me dominasse e concluí que
o velho Levine tinha pouco a me oferecer... Mas, logo se tornou difícil evitar
admitir a minha inércia como clínico. Era óbvio o contraste existente entre a
reação dos doentes do Dr. Levine e a dos confiados aos meus cuidados. Ele, com
pequeno conhecimento da fisiopatologia aplicável, receitava poções não testadas
e o paciente melhorava, se recobrava e recuperava a saúde, ao passo que eu,
repleto dos últimos descobrimentos relatados no New England Journal of
Medicine, não conseguia tais resultados”.
Que
interessante! Como pode “Poções não testadas”- não submetidas a teste de
significância estatística, aos rigores da ciência-, servirem melhor aos
pacientes do que os conceitos verdadeiramente determinados pelo método
científico? Será que estes pacientes não sabiam que o que a ciência comprova e
publica em revistas científicas é lei, é verdade, e deve ser seguido à risca
sobre pena deles não se curarem?
Ora,
é claro que se Pilatos conhecesse o método científico, a pesquisa, os testes t
de Student, as regressões logísticas, as análises multivariadas, etc. etc. ele
não teria perdido tempo perguntando a Cristo: “Que é verdade?”. A verdade é a
ciência e pronto! Ela é tão verdadeira, que até 1980, os médicos tinham certeza
de que a principal causa da úlcera péptica gastroduodenal era o estresse. Havia
até um aforismo aprendido por todos: “Sem ácido, não há úlcera!”. E inúmeras
foram as dissertações de mestrados e teses de doutorados, publicadas em
revistas de renome internacional, fazendo a apologia ao tratamento cirúrgico da
úlcera péptica. Eu mesmo (que Deus e, principalmente, os meus pacientes me
perdoem), durante a minha residência de cirurgia, operei diversos doentes
ulcerosos... Mas, um dia, a verdade, cientificamente comprovada e publicada,
foi ousadamente questionada por dois médicos australianos, os Drs. Barry
Marshall e Robin Warren: “Nada do que se sabe da origem das úlceras é verdade;
elas são causadas por uma bactéria, o H. Pylori”. É claro que os dois foram
ridicularizados na época; suas palestras e comunicações eram motivos de
chacotas e risos. No entanto, do ceticismo inicial – a ponto de nenhuma revista
ligada a medicina ter aceitado os seus trabalhos-, hoje, após uma lenta e
difícil batalha, tratamos os ulcerosos não mais com cirurgia e sim com antibióticos.
Veja
caro leitor, como as verdades cientificamente comprovadas na medicina são
sólidas... O que ontem era lei, hoje é lixo; o que hoje é ridicularizado,
amanhã pode ser lei. Portanto, a pergunta agora não é mais “Que é verdade?”,
mas sim, “Quem está com ela, com a verdade?”. Os devoradores de artigos
médicos? Os professores universitários assoberbados de conhecimentos, capazes
de ler toda a biblioteca de Alexandria, mas incapazes de saber o significado da
palavra AMOR? “Os arrogantes que acham que só têm um ponto de vista que vale: o
dele?” Quem?! Por favor, se alguém souber quem é o dono da verdade, envie o
nome para meu o e-mail (edilsonpinto@uol.com.br), pois adorarei
conhecê-lo.
Afinal,
por saber tão pouco - aliás, assim como Sócrates: “Só sei que nada sei!”-, só
sei que entre o céu e a terra há mais mistérios do que pode imaginar a nossa vã
filosofia, como alertava Shakespeare. Mistérios, que estão além do nosso
alcance, da nossa limitada consciência. Mistérios, que não explicam como um
doente pode melhorar apenas com um bom dia, com um aperto de mão, com uma
música ou livro lido na sua cabeceira. Mistérios, citados no artigo do Dr.
Sigwart Ulrich, publicado na revista Science, mostrando que doentes operados de
vesícula se recuperavam melhor quando a janela do seu quarto hospitalar abria
para um bosque, ao invés daqueles cuja janela dava para um estacionamento... Mistérios!
Não
é à toa, caro leitor, que o julgamento de Hipócrates inicia-se assim: “Juro por
Apolo Médico, por Esculápio, por Higéia, por Panacéia e por todos os deuses e
deusas, tomando-os como testemunhas...”. Ele sabiamente percebeu que a fé, a
crença, é algo tão importante quanto um bisturi ou um quimioterápico
poderoso... Por isso que o Dr. Lown, aquele que ganhou o prêmio Nobel da Paz,
certa vez disse: “A melhor cura será
aquela que casar a arte com a ciência, quando o corpo e espírito forem examinados
juntos”.
Professor,
médico e escritor
__________
Parabéns
pelo maravilhoso artigo Prof.Dr. Francisco Edilson!!!
TROCA DE INFORMAÇÕES MUNDIAL A FAVOR DA VIDA
E concluo com esta frase do
Dr. Bach:
"A doença é que está curando a doença. A doença é, unicamente, uma
correção – o meio adotado por nossas Almas para nos apontar nossas falhas, para
impedir que cometamos erros maiores, para evitar que causemos danos maiores,
para nos trazer de volta ao caminho da Verdade e da Luz, do qual nunca
deveríamos ter saído... Nosso objetivo é perceber nossas falhas e empregar
todos os esforços para desenvolver a virtude oposta. Isso fará com que as
falhas desapareçam como a neve se derrete à luz do sol. Não lute com suas
preocupações; não lute com sua doença; antes, esqueça-as e concentre-se na
virtude que lhe é necessária" – Edward Bach
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