: a
visão de Edward Bach
Todo mundo
já deve ter ouvido falar, e talvez até se tratado com, os florais de Bach,
famosos preparados de essência floral com álcool (ou conhaque de uva) criados
pelo médico homeopata, imunologista e bacteriologista britânico Edward Bach
(1886-1936), com o objetivo de curar as emoções e as doenças em seu nível mais
original. Para conhecer melhor os fundamentos do pensamento que fez Bach criar
os florais, segue o texto abaixo, do livro ”Os Remédios Florais do Dr. Bach –
Incluindo o Cura-te a Ti Mesmo” (1997, Ed Pensamento), onde ele
fala das origens das doenças, ataca o método materialista predominante na
medicina (até hoje) e registra máximas como “em essência, a doença é o resultado do conflito entre a
Alma e a Mente“.
A tese é
antiga, datada dos Anos 30 (há mais de 80 anos), mas a essência é cada vez mais
central no pensamento da medicina alternativa: a de que a doença tem causa imaterial.
Apesar das 38 essências criadas por Bach ainda serem alvo de discussões e não
terem sua comprovação científica tradicional, campos como a Psicologia e
medicinas antigas como o Ayurveda estudam e tratam com embasamento parecido, e
a visão de Edward Bach é uma das referências ocidentais modernas mais
populares. Em seu texto, ele cita Hipócrates
(considerado o pai da Medicina), Paracelso
(considerado fundador da Bioquímica) e o próprio Buda Gautama como referências
que indicariam o mesmo caminho traçado por ele com seu método.
O objetivo
aqui não é criar uma discussão sobre a eficiência ou falta de comprovação dos
florais, mas de conhecer as percepções e a visão do homem que o criou,
originalmente um médico tradicional com especialização em Imunologia e
Bacteriologia, que realizou algumas experiências inéditas em seu laboratório no
início do século passado que o levaram a criar medicamentos baseados em
essências de flores.
Segue o
trecho.
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“OS REMÉDIOS FLORAIS DO DR BACH” [TRECHO]
Por Edward Bach
A razão
principal do fracasso da medicina moderna está no fato de ela se ocupar dos
efeitos e não das causas. Por muitos séculos, a real natureza da doença foi
encoberta pela capa do materialismo e, assim, tem sido dadas à própria doença
todas as oportunidades de ela propagar sua destruição, uma vez que não foi
combatida em suas origens. Essa situação é semelhante à do inimigo que
construiu uma sólida fortaleza nas colinas, comandando de lá constantes operações
de guerrilha no país vizinho, enquanto as pessoas, ignorando a praça forte,
contentam-se em reparar as casas danificadas e em enterrar seus mortos,
consequências das ofensivas dos saqueadores. Essa é, em termos gerais, a
situação da medicina nos dias de hoje: consertar às pressas os danos
resultantes do ataque e enterrar os mortos, sem que se dê a mínima atenção para
o verdadeiro reduto inimigo.
A doença
nunca será curada nem erradicada pelos métodos materialistas dos tempos atuais,
pelo simples fato de que, em suas origens , ela não é material. O que
conhecemos como doença é o derradeiro efeito produzido no corpo, o produto
final de forças profundas desde há muito em atividade, e, mesmo quando o
tratamento material sozinho parece bem sucedido, ele não passa de um paliativo,
a menos que a causa real tenha sido suprimida.
A
tendência atual da ciência médica, por interpretar erroneamente a verdadeira
doença e por fixar toda a atenção, com sua visão materialista, no corpo físico,
tem aumentado sobremodo o poder da doença; em primeiro lugar, por desviar a
atenção das pessoas da verdadeira origem da enfermidade e, portanto, da
estratégia eficaz para combatê-la; em segundo , por localizá-la, no corpo,
obscurecendo, assim, a verdadeira esperança de recuperação e criando um enorme
complexo de doença e medo, complexo que nunca deveria ter existido.
Em
essência, a doença é o resultado do conflito entre a Alma e a Mente, e ela
jamais será erradicada exceto por meio de esforços mentais e espirituais.
Nenhum
esforço que se destine apenas ao corpo pode fazer mais do que reparar
superficialmente um dano, e nisso não há nenhuma cura, visto que a causa ainda
continua em atividade e pode, a qualquer momento, manifestar novamente sua
presença, assumindo outro aspecto. De fato, em muitos casos a recuperação
aparente acaba sendo prejudicial, já que oculta do paciente a verdadeira causa
do seu problema, e, na satisfação que se experimenta com essa aparente
recuperação da saúde, o fato real, continuando ignorado, pode fortalecer-se.
Uma das
exceções para os métodos materialistas na ciência moderna é a do grande
Hahnemann, o fundador da homeopatia, que com sua compreensão do amor
beneficente do Criador e da Divindade que mora dentro do homem, e por estudar a
atitude mental de seus pacientes diante da vida, do meio ambiente e suas
doenças, foi buscar nas ervas do campo e nos domínios da natureza o remédio que
não apenas haveria de curar seus corpos mas, ao mesmo tempo, elevaria a sua
perspectiva mental.
Quinhentos
anos antes de Cristo, alguns médicos da antiga Índia, trabalhando sob a
influência do Senhor Buda, levaram a arte de curar a um estágio tão perfeito
que conseguiram abolir a cirurgia, ainda que, na sua época, ela fosse tão
eficiente, ou até mais, que a dos dias atuais. Homens como Hipócrates, com seus
ideais grandiosos sobre a cura; Paracelso, com a convicção de uma divindade
dentro do homem, e, Hahnemann, que compreendeu que a doença tinha sua origem
num plano acima do físico – todos eles sabiam muito sobre a verdadeira natureza
do sofrimento e sobre o remédio para ele.
A doença,
posto que pareça tão cruel, é benéfica e existe para nosso próprio bem; se
interpretada de maneira correta, guiar-nos-á em direção aos nossos defeitos
principais. Se tratada com propriedade, será a causa da supressão desses
defeitos e fará de nós pessoas melhores e mais evoluídas do que éramos antes. O
sofrimento é um corretivo para se salientar uma lição que de outro modo não
haveríamos de aprender, e ele jamais poderá ser dispensado até que a lição seja
totalmente assimilada.
Vemos que
não há nada de acidental no que diz respeito à doença, nem quanto ao seu tipo
nem quanto à parte do corpo que foi afetada; como todos os outros resultados da
energia, ela obedece à lei de causa e efeito. Certos males podem ser causados
por meios físicos diretos, tais como os associados à ingestão de substâncias
tóxicas, acidentes, ferimentos e excessos cometidos, mas, em geral, a
doença se deve a algum erro básico em nosso temperamento.
As doenças
reais e básicas do homem são certos defeitos como o orgulho, a crueldade, o
ódio, o egoísmo, a ignorância, a instabilidade, a ambição; e se cada um deles
for considerado individualmente, notar-se-á que todos são contrários à
Unidade. Tais defeitos é que constituem a verdadeira doença, e a
continuidade desses defeitos, persistirmos neles, depois de termos alcançado um
estágio de desenvolvimento em que já os sabemos nocivos, é o que ocasiona no
corpo os efeitos prejudiciais que conhecemos como enfermidades.
Para se
alcançar uma cura completa, não somente devem ser empregados recursos físicos,
escolhendo sempre os métodos melhores e mais familiares à arte da cura, mas
também devemos lançar mão de toda a nossa habilidade para eliminar qualquer
falha em nossa natureza; porque a cura total vem essencialmente de dentro
de nós, da própria Alma que, por meio da bondade do Criador, irradia harmonia
do começo ao fim da personalidade, quando se permite que assim seja.
(…) Não há
objetivo em nos ocuparmos dos fracassos da medicina moderna; demolir é inútil
quando não se constrói um edifício melhor e, como na medicina já se
estabeleceram as bases de uma edificação mais nova, empenhemo-nos em
acrescentar um ou dois tijolos a esse templo. Tampouco pode ser de valor uma
crítica negativa da profissão; é o sistema que está fundamentalmente
equivocado, não os homens; pois é um sistema pelo qual o médico, por razões
unicamente econômicas, não tem tempo para ministrar um tratamento tranquilo e
sossegado nem oportunidade para pensar e meditar adequadamente, o que deveria
ser a herança dos que devotam sua vida a assistir doentes. Como disse
Paracelso, o médico sábio atende a cinco, e não a quinze pacientes num dia –
ideal impraticável em nossa época para um médico comum.
A aurora
de uma arte de curar mais nova e melhor paira sobre nós.
Há cem anos, a
homeopatia de Hahnemann foi o primeiro raio da luz matinal, depois de um longo
período de trevas, e pode desempenhar um grande papel na medicina do futuro.
Ademais, a atenção que se está dispensando no presente momento à melhoria da
qualidade de vida e ao estabelecimento de uma dieta mais pura é um progresso
rumo à prevenção da doença; a esses movimentos que pretendem levar ao
conhecimento das pessoas tanto a relação que existe entre os fracassos
espirituais e a enfermidade, bem como a cura que se pode obter através do
aprimoramento da mente, estão apontando o caminho por onde devemos seguir rumo
à luz de um novo dia, em cujo brilho a escuridão da enfermidade desaparecerá.
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Cuide Bem de Você !
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