sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Anvisa proíbe venda de álcool de cereais. Como fica então a Aromaterapia e a Fitoterapia?



Publicado em 16.04.13


A ANVISA embargou recentemente a venda de álcool acima de 54º, incluindo o de 70º, conhecido como “álcool de cereais”, matéria-prima na diluição das fórmulas de Aromaterapia e Fitoterapia.

Segue abaixo matéria que está circulando na internet sobre essa medida absurda da Anvisa,que só privilegia os grandes laboratórios químicos.

Miopia da ANVISA aplica eutanásia na fitoterapia brasileira

Ignorando o embargo movido contra a RDC 46/2002, que proíbe a venda de álcool etílico com graduação superior a 54º GL ao consumidor final, a ANVISA notificou estabelecimentos que vendem este produto no Brasil a retirá-lo de suas prateleiras. Com isso, pegou muita gente de surpresa, pessoas que dependem da utilização do álcool de cereais e do assim chamado álcool 70% no seu dia a dia. A situação causou embaraços que poderiam ser facilmente solucionados. Mas, em outros casos, a resolução foi um desastre, e está sendo chamada, por alguns, de a morte silenciosa das terapias com ervas e plantas medicinais no Brasil.

É o que diz Mayra Corrêa e Castro, aromaterapeuta e professora de yoga em Curitiba/PR. Mayra, que é casada e possui dois filhos em idade escolar, usa regularmente o álcool 70% em sua residência para fazer a limpeza da maior parte dos cômodos. Ela diz: ‘Um de meus filhos tem bastante rinite alérgica. Quando fazíamos a limpeza de casa com os produtos saneantes comuns que encontramos no supermercado, ele vivia no consultório de seu otorrino. Então dei um basta em tanta química, e comecei a manipular eu mesma óleos essenciais antissépticos, misturados ao álcool 70%. É tudo muito natural, uso óleo essencial da capim-cidreira, por exemplo, que tem ação contra o fungo Aspergilus fumigatos, para limpar chão, banheiros e paredes. A rinite dele melhorou sensivelmente. Agora que não posso mais comprar o álcool, quem vai se responsabilizar pela saúde do meu filho?’

Mayra ainda acrescenta que se sente traída pela ANVISA, que seria uma agência que deveria pensar no melhor para as pessoas:

‘Me preocupa que a ANVISA esteja sendo tão míope nesta questão. Eles alegam que o álcool com graduação superior é inflamável e provoca acidentes. Mas e todos os produtos de limpeza que existem numa casa, não provocam? Além do mais, por que ela acha que tem o direito de ferir a minha liberdade de escolha e meu direito à saúde?’

A revolta de Mayra não é um caso isolado. Ela conta que participa de um grupo de estudos de terapeutas holísticos com mais de 1000 pessoas cadastradas. Nesse grupo, o impacto da notícia também foi funesto. O álcool 70% é usado por muitos profissionais para fazer assepsia de ambiente e instrumentos de trabalho. Professores de yoga, massoterapeutas, fisioterapeutas, terapeutas florais, reikianos, cinesiologistas, cuidadores home care e outros profissionais que atuam como pessoa física estão proibidos de comprarem o produto em quantidades maiores que 50 ml graças à resolução. Esses profissionais alegam que o custo de compras fracionadas não pode ser repassado ao cliente, já que trabalham com margens estreitas, e, mais importante, não podem substituir o álcool 70% por outro produto antisséptico por que as pessoas estão, na atualidade, desenvolvendo mais e mais alergias.

Mas não é só isso. Veja o caso da artesã Mara Maria, de Salto, interior de São Paulo. Parte de seu sustento vem do artesanato com aromas, onde o álcool de cereais é matéria-prima indispensável. Quando cria perfumes, aromatizadores e sabonetes com ingredientes apenas de origem vegetal, ela precisa diluir a matéria-prima aromática neste álcool. Sem ele, ela ficou imediatamente impossibilitada de continuar trabalhando. A ANVISA alega que o produto cotinuará sendo comercializado a empresas. Mas, como é o caso para muitos artesãos, também para Mara Maria é inviável deixar de atuar como pessoa física. Por causa da resolução, ela não sabe como será o futuro.

Entretanto, a repercussão mais grave, sobretudo no médio e longo prazo, é em cima do uso tradicional de ervas e plantas medicinais. O álcool de cereais é o diluente tradicional para produzir tinturas e macerações que são usadas numa infinidade de tratamentos fitoterápicos e naturais. Com o proibição de sua venda ao consumidor final, boa parte do que se faz hoje com este tipo de terapia complementar deixará de exisir. Sobre isso, Mayra é enfática:

‘A ANVISA está aplicando eutanásia na naturoterapia e fitoterapia brasileiras. Quando não pudermos mais fazer nossas próprias tinturas, teremos como única opção tomar remédios alopáticos. A estratégia da ANVISA, nos últimos anos, tem sido de proibir tudo, ao invés de ponderar. Ela proibiu o suco de aloe vera, proibiu a tintura de arnica, a tintura de própolis, por exemplo. Eles sempre alegam que não há segurança para o consumidor. Mas ela nunca pensa no malefício que está fazendo. Sobretudo, a ANVISA fere o direito que o cidadão tem de escolher sobre a qual método de tratamento de saúde ele quer se submeter. Embora as últimas proibições da ANVISA tenham sido dolorosas, sobretudo para inúmeras pessoas que se beneficiam da medicina tradicional popular, o último golpe – a RDC 46/2002 – , esse foi a mais letal: como ela não pode proibir que plantemos ervas em nossos jardins, proibiu a matéria-prima na qual as diluímos. A quem isso interessa? Certamente não é às pessoas. E com certeza é aos grandes laboratórios químicos e farmacêuticos.’

Petição para a liberação do álcool de cereais!
Assine aqui!
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